Estou em casa, sentado
em minha cama. Cotovelos apoiados nos joelhos, dedos das mãos
entrelaçados.
-"Eu não
posso me arriscar dessa forma, é perigoso sem minha proteção.
Eu poderia ter levado um tiro e daí seria o fim, não
conseguiria mais ajudar essa cidade."
Olho para minha janela,
está fechada. Levanto-me e caminho até ela. Abro a
veneziana, com certa dificuldade já que há partes
enferrujadas, e começo a fitar a cidade.
-"Todos esses
carros, estas pessoas. O crime está lá fora, a
escuridão também. Já não se preocupam em
fazer isso à noite, talvez já estejam tão
acostumados a nada acontecer com eles que nem se preocupam mais."
O telefone toca.
Mal atendo a ligação
e uma enxurrada de gritarias começam.
-"Nick (Abreviação
para Nickolai), cê tá maluco. O que diabos você
aprontou hoje pela manhã? Por que raios você ainda não
voltou? E o que a minha moto faz toda quebrada na rua principal da
cidade?"
-"Eu..."
-"Não
importa o motivo, depois de todos seus atrasos, agora essa merda que
você fez. Se já era difícil você arrumar um
emprego antes de vir aqui, mais difícil vai ser agora. Teu
nome tá manchado comigo, e eu tenho minha popularidade na
cidade. Não precisa nem dar as caras aqui mais, eu te deposito
o teu salário hoje mesmo. Nem aparece mais aqui."
A ligação
acabou.
-"Sim, agora sim.
Preciso arrumar outro emprego, o que vai ser mais difícil
agora."
Volto a encarar a
cidade, e penso que agi completamente por instinto. Mas era o certo a
se fazer, eu não poderia deixar mais um assaltante impune,
fazendo o que bem entende, na hora que quer e da forma que quer.
Estou no alto de um
prédio, o que faço de costume para observar essa
cidade.
-"Este cheiro, o
cheiro do crime, do ódio, corrupção. Quanto mais
olho para esta cidade, mais percebo. Estas ruas estão...podres."
-Deixem um comentário sobre o capítulo. Obrigado.
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